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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

The Reverend

Eu tinha feito 14 anos, era um dia chuvoso, e eu tinha chegado à noite em casa. Eu estava naquela fase problemática de todo adolescente, a psicóloga falando que eu estava na beira da depressão, e eu me sentindo cada vez pior, e eu só queria um pouco ficar sozinho. Ficar sozinho não era difícil naqueles dias, já que meus pais eram bastante ausentes, e era completamente normal eu passar dias sem falar com eles. Joguei minha mochila com o material de escola para o lado, peguei roupas limpas e levei para o banheiro, pois eu iria tomar banho. Levei também o microsystem, mania antiga de só conseguir tomar banho ouvindo música. E naquele dia tinha algo novo para escutar: o cd "City of Evil" de uma banda chamada Avenged Sevenfold, que eu estava começando a gostar, mas ainda não tinha ouvido todas as músicas daquele cd. Tirei a roupa, liguei o rádio, coloquei o cd, e fui para o banho. As duas primeiras músicas eu já conhecia, mas quando a terceira música começou, entrei em choque: nunca tinha me impressionado com alguma música assim. Começava com só a bateria tocando, e era uma bateria que parecia umas cinco baterias. Era incrível, era empolgante, e ouvir aquilo fez um enorme diferencial naquele dia vazio e insosso. Com o passar do cd, cada música foi me empolgado mais que as anteriores, levei o cd para o som da sala (muito mais potente) e ouvi tudo aquilo mais uma vez, e empolgado por ter descoberto novos ídolos. Só eu sei o quanto mudaram meus dias, o quanto me davam força para continuar ouvir aquelas músicas, aquela banda que tinha passado a amar. Alguns anos se passaram, e estou aqui ouvindo as mesmas músicas, com emoções diferentes: um dos meus ídolos, um dos principais bateristas do mundo morreu há algumas horas atrás. Alguém que esteve presente nos meus dias mais complicados, que fez parte da minha vida, foi embora, sem ao menos eu ter conhecido, ter agradecido pessoalmente, nem nada do tipo. Nada. Só o que sobrou foram gravações, músicas de anos atrás, e que será difícil ouvir sem sentir o peso da despedida por trás de cada batida de sua bateria. Esse baterista era conhecido como The Rev, foi embora da minha vida sem ter participado diretamente dela, mas a dor da falta que estou sentido é direta e precisa. Genialidades como The Rev, são fenômenos poderosíssimos da natureza que vez ou outra acontecem. Eu amo você, e obrigado por ter acontecido.

I know is not your time, but bye bye

2 comentários:

Anônimo disse...

I don't have what to say...

Ana Blanchard. disse...

Já se passaram dois meses, e relendo isso, eu não pude impedir as lágrimas de cairem...