Às vezes tenho vergonha disso, mas sou praticamente um turista dentro da minha própria cidade. Morar numa cidade abarrotada de pontos turísticos e não conhecer boa parte deles é realmente embaraçoso. Porém, nesse final de semana, um amigo meu me convidou para ir ao Pão de açúcar. Era um plano bem simples: subir o morro da Urca à pé, dar umas voltas lá por cima e descer de bondinho à noite.
Eu e Dario pegamos um ônibus e fomos de encontro aos amigos do namorado dele. O namorado dele é algo esquisito de se descrever, e seus amigos não ficam muito atrás. São pessoas meio fechadas no universo delas e não muito amigáveis. O namorado do Dario resolveu me sacanear por eu estar indo para uma trilha de calça comprida.
- É por causa da minha prótese - respondi
Nos unimos à multidão de pessoas esquisitas que eram aquelas, e começamos a subir. Era uma trilha no meio das árvores e das pedras, parecia que a qualquer momento ia sair o Predador de trás de alguma árvore ou o caçador do Bambi podia atirar em nós por engano. Depois de muito ouvir coisas como "peraí" ou "ai um bicho!", finalmente chegamos ao topo.
Eram 17 horas ou algo do tipo, e o bondinho só descia de graça a partir das 19. Tudo bem, esperar duas horas não seria problema. Mas não com aquele povo.
O irônico de você sair com pessoas que te irritam por serem caladas e fechadas, é que quando elas começam a conversar entre si, o que você mais quer é que elas voltem a ser caladas do jeito que você tava odiando. O grupo sentado numa mesa, rindo de coisas que não tinham a menor graça, enquanto ao lado repetia pela 58° vez a música do documentário que estava sendo repetido incessantemente. Ao redor, pessoas discutindo políticas, do preço disso e daquilo outro...
Só os turistas, falando freneticamente algum dos sete idiomas que ouvi nesse dia, pareciam estar aproveitando o passeio e a vista, assim como eu. E eu já estava me cansando daquelas pessoas medíocres e imbecis.
Fiquei olhando para o Pão de Açúcar do morro da Urca. Quando eu era pequeno, eu ficava me perguntando, se era de açúcar, por que não dava formiga nele? Depois de alguns anos fui descobrir que não era feito de açúcar, e mais alguns depois, nem que era feito de pão. Uma desilusão horrorosa em minha vida u.u
Chegada a hora de descer do bondinho, bate o nervosismo. E se aquela merda cair?! Eu vendo aquilo lotado de pessoas subindo e descendo sem parar, balançando pra caramba, e eu ia entrar naquilo. Quando entrei, percebi que não tinha nada demais... A vista da cidade me acalmou. Me senti mais turista ainda nesse momento. Vi aquele conjunto de luzes todos e achei que era perfeito demais para ser a cidade onde moro.
No fim do dia, peguei ônibus com meu amigo Dario, sem me despedir do resto, porque sinceramente, espero não vê-los mais.
Eu tava por aqui, ó:
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Pão de Adoçante, por favor.
Postado por Alex Brimengard às 23:04 2 comentários
Marcadores: Places e lugares
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Por onde anda Teco?
Estou eu voltando para casa, com águas de março (em abril) caindo de forma torrencial. Quando me deparo com um cartaz. Rapidamente ignoro, e continuo a andar. Me deparei com mais um, e mais outro, e mais outro. Acho que espalharam pelas ruas daqui de perto de onde eu moro de forma desesperada. Como eu sou um cara que está sensibilizado com a situação e não quero mais ver esses cartazes por aí, vou utilizar deste blog como um meio de divulgação.
No cartaz, dizia algo como "Procura-se Teco". Teco é um cachorro fofinho que o dono está muito desesperado atrás dele. Dias e noites sem dormir, a polícia de todo o Rio de Janeiro (le-se: segurança do mercadinho dali da esquina) está à caça desse singelo animal.
Veja gente, para poderem ajudar:
Postado por Alex Brimengard às 20:45 1 comentários
Marcadores: tédio, vai ficar de marinagem?
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiii
Brincando gente, não é um post sobre o Fábio Júnior, nem sobre o pai dele (o Fábio). Mas é sobre o meu. Ou melhor sobre alguns momentos com ele.
Hoje pela manhã fui até a casa do meu pai (essa frase ficou meio que "coisa de evangélico", mas beleza) e ele abre a porta completamente nu. É, peladão, com os bandangos pegando vento. Meu pai mora num prédio, ele abriu o portão do prédio como veio ao mundo. Nisso, a moça do andar de cima desce e ao chegar no portão se depara com aquele membro viril à granel.
- Sr. Alex... o que quer dizer isso ? o.o (sim, meu pai tem o mesmo nome que eu)
- Dona Rosa, sabe o que acontece.... eu tô com uma doença raríssima... não posso usar roupas, nem sair de casa... Meu filhão aqui - me puxa para me abraçar, e eu pensando "não encosta naquilo, não encosta naquilo" - me trouxe o antídoto. Acho que à partir de hoje poderei usar roupas novamente.
Dona Rosa se afasta quase como uma fugitiva, enquanto eu e meu pai seguramos uma risada e entramos na casa dele.
Entrando lá, ele começa a se arrumar, pois tínhamos que ir ao Centro da cidade. Ele volta lá do quarto rindo:
- hahaha. filho! hahahahahaha você num sabe o que eu ia hahahaha fazer agora hahahahaahahaha
- o que pai?
- eu ia passar roupa hahahahahahahaha ai né hahahahahahaha invés de pegar o ferro hahahahahah eu peguei a bicicleta hahahahahaha
- ¬¬
Nisso fomos pro consultório lá que eu teria que tirar as radiografias porque usarei aparelho (Deus, por que?!). Eu entrei, a primeira mulher que me atendeu era uma velha mal-comida. Depois de todos os processos, fui atendido por uma segunda mulher, para tirar fotos dos meus dentes. Quando eu sai de lá, meu pai disse que estava apertado e resolveu ir ao banheiro. Quando estamos saindo do consultório, meu pai fala:
- Cara, é impressionante, eu não consigo mijar na privada de banheiro público, só consigo mijar na pia.
Eu ficaria chocado se já não tivesse visto ele feito isso num shopping, quando eu era pequeno. Meu pai vai no banheiro, espera esvaziar, vai até a pia, e mija ali mesmo. Meu irmão de oito anos certa vez comentou:
- Quando eu crescer, só vou mijar na pia
Ah, os genes...
Dali fomos a um restaurante self-service (le-se: sélve-sérvi). Meu pai chama o garçom:
- Mais feio! Me vê uma Soda e uma Fanta!
O garçom foi chamado de mais feio o tempo todo enquanto estivemos lá.
Ai ai, meu pai só me traz bons exemplos...
Postado por Alex Brimengard às 22:58 2 comentários
Marcadores: Família pra quê se tenho um bidê?